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O FIM DO VERÃO



Arrasta-se quase moribundo. O ritmo da natureza põe um ponto final na esperança de muitos que depositaram nele suas derradeiras expectativas de ganho financeiro. É chegado o momento final de saldar as dívidas. Início, meio e fim. Ascensão, apogeu e queda. Já não há mais como negar ou esconder.  É março, e já dá sinais claros de sua finitude. Outrora forte e orgulhoso, agora triste e melancólico em meio ao tempo chuvoso, aguardando o seu inexorável final. É o fim do verão, que o outono devora sepultando mais uma temporada. Mas que legado este último verão deixou para Garopaba? Pode-se falar de muitas coisas, mas há um ponto pacífico: a temporada ficou muito aquém do esperado, apesar de termos um mês de janeiro seco, ao contrário do último ano. Ao menos, a natureza fez sua parte. Nesta temporada, sentimos novamente a tradicional falta d’água na semana do réveillon; não tivemos nenhum show nacional gratuito (e há alguns verões já não temos); experimentamos uma disparada nos preços nos supermercados, bares e restaurantes; o turista infelizmente gastou pouco; a praia central registrou um ponto impróprio para banho; o combustível ficou mais caro (e todos os postos continuam revendendo este ao mesmo preço, como sempre); as encostas dos nossos morros seguem sendo desmatadas; a Paulotur reduziu os horários de ônibus para Florianópolis e a bandidagem continua fazendo estragos Santa Catarina afora. Definitivamente, Garopaba já não tem mais o mesmo glamour que já ostentou outrora. O que falta para o turismo deslanchar no município? Até quando uma cidade que muitos têm como “turística” vai depender dos verões para sobreviver? Até o momento, o nosso “turismo de ano todo”, além da temporada, se restringe a um modesto encontro de motociclistas e uma quermesse originada no trabalho voluntário das famílias e comunidades, que atualmente vem sendo descaracterizada pela “invenção” de uma festa do “bacalhau brasileiro (?)” (existe bacalhau brasileiro?). Esta temporada, principalmente para os olhos mais críticos e atentos, não deixará qualquer saudade. Que venha o outono. E que com ele venha também algo novo, dotado de um pouquinho mais de consciência. Consciência e racionalidade.

Deixamos publicado aqui um relato interessante de um leitor do Cacau Menezes, que freqüenta a Praia do Rosa há mais de vinte anos. Uma forma bem humorada de interpretar nossa temporada de verão.
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"Cacau, sou frequentador da Praia do Rosa há mais de 20 anos. No início dos anos 2000 comecei a observar o comércio de biquini na beira da praia, que eram baratos, pois notava que a mulherada (cariocas, paulistas, gaúchas) comprava dúzias. Bom, nesta temporada passei a observar novamente a venda e notei que o preço subiu e as meninas já não compram mais como antigamente. Vi duas moças rachando um biquini, uma ficou com a parte de cima e a outra com a debaixo".
Talvez no ano que vem a mulherada esteja comprando apenas a tanga e aderindo ao topless. Que venha a crise! (Disponível em http://wp.clicrbs.com.br/cacaumenezes/2013/02/22/que-venha-a-crise/?topo=67,2,18,,38,67)

Comentários

  1. Quando é que vão achar algo de bom nessa cidade, só sabem tocar o pau, que chato.

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  2. Trabalhando no comércio de Garopaba desde 1999, nunca passei por uma temporada tão fraca como esta última. Cheia de "miranda" (mira e anda). Só pelado, sem grana.

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  3. engraçado todos os anos os "COMERCIANTES" dizem isto q esta acima...são repetiitivos mas o PATRIMONIO DELES SEMPRE AUMENTA...porque será heim? jader martins.-

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