A RBS E O GARIMPO
Em 1979 não havia escola de comunicação em Santa Catarina, mas muitos
talentos se destacavam no jornalismo, até porque o jornal O ESTADO havia
também importado, no começo dos anos 70, muitos profissionais do PR,
SP, RJ e, principalmente, do RS. Esses profissionais mudaram suas
identidades e abraçaram com paixão as causas e a cultura catarinenses.
Ao longo dos últimos 30 anos, a RBS não se cansou de lotar seus veículos com jornalistas gaúchos. Alguns assimilaram a cultura catarinense, mas muitos continuaram gaúchos e até a nossa Polícia Militar, às vezes, era chamada de Brigada, como é no RS.
A nossa cultura perdeu densidade, como se não tivesse herança e nem raízes. Certa ocasião, levei à RBS um projeto de valorização da nossa música, com resgate de compositores, como Aldo Krieger, que Pinxinguinha dizia que era o melhor do Brasil. O projeto não era caro e o governo estava a fim de abraçar. Mas o preço da RBS quintuplicou o valor com o custo irreal da mídia e inviabilizou o projeto. Quem sabe porque não havia o sertanejo gaúcho. A propósito, o RS é um exemplo de estado que valoriza a sua cultura com vigor e rigor. Pena que SC não se espelha no RS para valorizar a sua cultura!
Agora, a RBS deixa Santa Catarina com uma carta em que revela seu amor a Santa Catarina. Todas as estratégias comerciais têm que exibir senão amor, paixão. Logo, a missiva não me tocou. Ela soou com lágrimas de crocodilo.
Mas não se deve culpar a RBS, que atuou com profissionalismo e que, sem dúvida, trouxe novas tecnologias e competência, principalmente para o mercado publicitário.
O problema é a humildade e a escassez de autoestima dos catarinenses. O corpo de Maurício Sirotsky, por exemplo, ainda não havia esfriado e um deputado propôs o seu nome para denominar a rodovia de acesso a Jurerê. Um diretor da RBS mal esquentou a cadeira em Florianópolis e outro deputado outorgou-lhe o título de cidadão catarinense, enquanto muitos outros que deram a vida por nosso Estado sequer foram lembrados.
Quem sabe, agora nas mãos de dois empresários novos, Santa Catarina aproveite bem a competência e dimensão desses órgãos de comunicação para aumentar a nossa autoestima, integrar o Estado e, sobretudo, valorizar e difundir a nossa grande e diversificada cultura. Até porque os garimpeiros já se foram.
É preciso que os deputados, gestores públicos e empresários parem de bajular os veículos de comunicação em detrimento da nossa cultura, da nossa gente, de nossos patrimônios.
Afinal, somos um Estado diferenciado porque somos um povo íntegro, de raízes sólidas e que cultiva as grandes e inesquecíveis lições dos que cultivaram esta terra. É fundamental que cada um de nós alimentemos o amor e devoção pelo nosso Estado de Santa Catarina.
Ao longo dos últimos 30 anos, a RBS não se cansou de lotar seus veículos com jornalistas gaúchos. Alguns assimilaram a cultura catarinense, mas muitos continuaram gaúchos e até a nossa Polícia Militar, às vezes, era chamada de Brigada, como é no RS.
A nossa cultura perdeu densidade, como se não tivesse herança e nem raízes. Certa ocasião, levei à RBS um projeto de valorização da nossa música, com resgate de compositores, como Aldo Krieger, que Pinxinguinha dizia que era o melhor do Brasil. O projeto não era caro e o governo estava a fim de abraçar. Mas o preço da RBS quintuplicou o valor com o custo irreal da mídia e inviabilizou o projeto. Quem sabe porque não havia o sertanejo gaúcho. A propósito, o RS é um exemplo de estado que valoriza a sua cultura com vigor e rigor. Pena que SC não se espelha no RS para valorizar a sua cultura!
Agora, a RBS deixa Santa Catarina com uma carta em que revela seu amor a Santa Catarina. Todas as estratégias comerciais têm que exibir senão amor, paixão. Logo, a missiva não me tocou. Ela soou com lágrimas de crocodilo.
Mas não se deve culpar a RBS, que atuou com profissionalismo e que, sem dúvida, trouxe novas tecnologias e competência, principalmente para o mercado publicitário.
O problema é a humildade e a escassez de autoestima dos catarinenses. O corpo de Maurício Sirotsky, por exemplo, ainda não havia esfriado e um deputado propôs o seu nome para denominar a rodovia de acesso a Jurerê. Um diretor da RBS mal esquentou a cadeira em Florianópolis e outro deputado outorgou-lhe o título de cidadão catarinense, enquanto muitos outros que deram a vida por nosso Estado sequer foram lembrados.
Quem sabe, agora nas mãos de dois empresários novos, Santa Catarina aproveite bem a competência e dimensão desses órgãos de comunicação para aumentar a nossa autoestima, integrar o Estado e, sobretudo, valorizar e difundir a nossa grande e diversificada cultura. Até porque os garimpeiros já se foram.
É preciso que os deputados, gestores públicos e empresários parem de bajular os veículos de comunicação em detrimento da nossa cultura, da nossa gente, de nossos patrimônios.
Afinal, somos um Estado diferenciado porque somos um povo íntegro, de raízes sólidas e que cultiva as grandes e inesquecíveis lições dos que cultivaram esta terra. É fundamental que cada um de nós alimentemos o amor e devoção pelo nosso Estado de Santa Catarina.
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