Na última quinta-feira,
23/08, o acidente ocorrido com o ônibus da empresa “Expresso Garopaba”,
transportando estudantes a serviço da prefeitura, trouxe à tona um velho e
conhecido problema vivenciado pelos garopabenses: transporte e mobilidade
urbana.
O acidente
ocorreu por volta das 22:30min., no bairro do Ambrósio, quando o veículo apresentou
falha mecânica e, desgovernado saiu violentamente da pista. Apesar do enorme
susto, felizmente, não houve dano físico a nenhum dos ocupantes do coletivo.
Neste jogo dos
sete (ou mais) erros, a própria fotografia que ilustra a matéria, nos ajuda a
encontrar o primeiro: onde está o acostamento da pista? Este é o primeiro item
de segurança ser analisado. Aliás, na imagem não se vê calçada, acostamento ou
ciclofaixa. É falta de segurança para pedestres, ciclistas, motoristas e
passageiros.
Estes estudantes
deveriam estar utilizando ônibus modernos, dotados de todo equipamento de
segurança. Mas que transporte estes estudantes secundaristas, que se dirigiam
ao Ambrósio, foram compelidos a utilizar? Um veículo que beira os vinte anos de
idade, sem cinto de segurança ou qualquer adaptação para o uso de deficientes
físicos. Algo inadmissível tratando-se de transporte público ou escolar.
Será que o
ônibus passou por revisões periódicas e sofreu a devida manutenção? Certamente,
revisões e manutenções constantes e bem feitas tendem a minimizar o risco de
acidentes, como o acontecido na semana passada.
Garopaba é um
município que não privilegia o transporte coletivo, bicicletas ou pedestres. Se
contrapondo às necessidades do nosso tempo, em Garopaba impera um despropósito
grave: quanto mais ecológico pior. Por aqui, quem depende do transporte público,
desde muito jovem aprende que sofrerá com a aspereza do ineficiente serviço prestado.
As paradas de ônibus se acham em péssimo estado de conservação (e com chuva,
piora). Os horários são escassos. É bom não ter compromisso após as 22:35, do
contrário você pode não conseguir voltar pra casa. Para quem mora na Costa do
Macacu, Siriú ou Gamboa, a situação piora (e muito). A frota de veículos é
muito antiga e mal conservada. O desconforto aumenta por volta das 13:30min.,
quando cada ônibus se transforma numa gigantesca lata de sardinhas. Pela má
qualidade do serviço, a tarifa sai cara. Tem-se a nítida impressão de que a
cidade só precisa de ônibus na alta temporada para servir aos turistas, enquanto
no resto do ano o povo que se arranje: que junte dinheiro para comprar um
carro.
Felizmente,
nossos estudantes passaram por um susto apenas. Em meio a esta sucessão de trapalhadas,
o que as “autoridades competentes” têm a declarar? Por que a empresa “Expresso
Garopaba” opera nestas condições, prejudicando a qualidade de vida e colocando
em risco a população? Para sanar (ou minorar) o problema, seria o momento de
culpar as administrações anteriores ou de tomar alguma providência? Já não houve
tempo suficiente para isso? Ou precisaremos de acidentes fatais para que algo
seja feito neste sentido?
DO JEITO QUE
ESTÁ NÃO PODE CONTINUAR!
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