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UM DEBATE EM QUE NÃO SE DEBATEU NADA





Sábado, às 17h00min aconteceu no salão paroquial o debate promovido pela Pastoral da Juventude, envolvendo os candidatos a prefeitura municipal de Garopaba. Os debates são encontros importantes para que o eleitor possa conhecer melhor as propostas que cada candidato apresenta à comunidade. São momentos raros que deveriam ser bem aproveitados. Todavia, no último sábado, tivemos no máximo um “encontro de candidatos” em que não se debateu absolutamente nada. O que se entende por debate? Recorrendo ao dicionário, encontramos uma definição bem primária (e útil) sobre o que é debate: “Discussão em que se alegam questões pró e contra, disputa”.

 Entretanto, o que tivemos? Quatro minúsculos blocos, onde os candidatos não possuíam liberdade de perguntar o que bem entendessem para seus interlocutores. Cada candidato poderia formular sua pergunta apenas dentro de um determinado tema “sorteado”. Curiosamente, supondo que o tema sorteado para o candidato “X” fosse “saúde”, este mesmo assunto não poderia ser utilizado para se questionar outro candidato. Por que todos os candidatos não responderam perguntas sobre os mesmos temas, nos diferentes blocos? Só assim, o debate cumpriria seu papel legítimo de tornar viável a comparação entre os participantes. Outro detalhe, foi o tempo escasso para se responder as perguntas. Assuntos complexos, como saúde, meio ambiente, educação e tantos outros demandam um tempo superior a dois minutos para serem respondidos com alguma substancialidade.  E mais: Por que os grupos de jovens não puderam fazer todas as perguntas que haviam elaborado previamente? É justamente através das perguntas mais picantes que conhecemos o temperamento, as características e propensões naturais de cada candidato, bem longe de quaisquer maquiagens de assessoria política. Um debate onde a platéia tenha de apresentar previamente suas perguntas aos organizadores, perde muito de seu objetivo e seu brilho: os espectadores deixam de ter voz ativa no processo e se tornam meros observadores (seria mera coincidência os cidadãos apresentarem esta mesma postura na sociedade? Apenas reproduzem uma postura negativa que lhes é ensinada por suas instituições mais caras). Para piorar, apenas os cem primeiros inscritos teriam a oportunidade de assistir o evento no local. As vagas como esperado, se esgotaram rapidamente. Mas para espanto de muitos, nem de longe havia cem pessoas presentes.

Quem ouviu o debate pela rádio Comunitária (98,3 FM) teve mais uma surpresinha: a transmissão caia o tempo todo. Felizmente, isso não ocorreu com a transmissão da rádio Freqüência News (1380 AM). Qual seria a razão deste problema de ordem técnica?

Em resumo, a fórmula do debate privilegiou qualquer coisa, menos o “debate” propriamente dito. Um café com quatro velhinhas discutindo a novela das seis possivelmente passaria mais emoção aos ouvintes (ou espectadores) que esta conversa mole entre comadres. Resta um ponto positivo: as falhas deste primeiro debate podem servir como lição para que futuros debates sejam mais bem organizados. Só para frisar: teve candidato que tremia mais que a garota de “O Exorcista”, ainda bem que o evento não foi televisionado, senão o vexame seria ainda maior. Virou moda político com o mal de Alzheimer?

Comentários

  1. Respostas
    1. A matéria foi de uma fidedignidade perfeita. Continuem nesta linha que você irão longe. Rui Barcellos

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  2. Lastimo nao ter acompanhado...mas pelo q leio ñ perdi nada pelo contrario, eu ganhei...mas o POVO DE GAROPABA PERDEU, BEM, COMO OS CANDIDATOS PERDERAM A OPORTUNIDADE DE SABER QUEM É O MAIS PREPARADO, E VERDADEIRO PARA DIRIGIR GAROPABA NOS PROXIMOS 4 ANOS...- jader martins.-

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