PODEMOS MAIS. MERCEMOS MUITO MAIS.

Em cada rua, praça, bar ou esquina se vive um sentimento de renovação política. Conversas neste sentido são ouvidas por todos os cantos. Este movimento hegemônico e emergente domina todos os espaços, e decorre da necessidade de arejamento e oxigenação, de avanço e modernidade, de delicadeza nos gestos e comportamento político, de entendimento diferenciado do mundo e da atualidade.

Obviamente, a renovação política que todos desejamos não vai acontecer do dia para a noite e por muitos anos ainda teremos de conviver com aquelas velhas raposas que já entraram para história política local. A renovação é fundamental numa região como a nossa, em que a classe política não é vista com muito crédito pela população. Esta renovação passa também por uma questão de consciência política que ainda falta a muitos cidadãos. É preciso ter a consciência que o voto não é uma mercadoria que pode ser trocada por alguns reais ou ainda por algum benefício concedido pelo poder público. O voto é a arma do eleitor contra boa parte dos problemas sociais e, sobretudo, o principal e mais efetivo remédio contra a corrupção. Do contrário, será cada vez mais comum assistir a posse de políticos que não honram o cargo público que ocupam. As mazelas, através dos tempos, seguem sendo as mesmas. A renovação deve acontecer na prática e nas idéias. Se insistirmos em votar nas mesmas pessoas que ocupam o poder, quais são as reais possibilidades de mudança? Quais as chances de se escrever uma história diferente? Errar é humano, mas persistir no erro é burrice.

Você é mais um burro? Não nos leve a mal, mas a sua burrice só interessa a um limitado grupo de pessoas: aquelas que se beneficiam do cargo que ocupam (enchendo bem os bolsos) em prejuízo de todo o município que reclama a justa atenção que lhe é devida. São exatamente estes políticos que, como ditadores, para se perpetuar no poder irão desqualificar qualquer candidato, partido ou coligação que ameace a sua condição de mandatário, que lhe destitua do poder.

Nestas eleições, esteja interado das propostas de cada candidato. Ao ouvir a propaganda no rádio analise com critério o que cada um argumenta. Se aquele que já teve sua chance, tornar a pedir o seu voto, empregando seu espaço na mídia com autopromoção, números e estatísticas malucas que não lhe dizem nada, além de justificativas para seu fracasso administrativo, cuidado: você provavelmente está sendo ludibriado e tudo vai continuar como está. Do contrário, por que não utilizar sua propaganda na rádio para propor novos e audaciosos projetos?

Existem políticos que realmente se preocupam em mudar a realidade do povo. Também existem aqueles que se preocupam exclusivamente em sem manter eternamente no poder. Faltando pouco mais de um mês para as eleições, de tão mansos, parecem cordeirinhos. Mas quando eleitos, mostram a sua real essência tirana de ditador. Basta observar atentamente, que encontramos estes tipos com facilidade. Todos nós o reconhecemos, e bem. É o tipo de produto que só aqueles que não conhecem compram (e normalmente se dão mal). “Diga-me com quem andas e te direi quem és.” Quem nunca ouviu este sábio provérbio? Com quem anda o seu candidato – com pessoas de bem, idealistas, intelectuais e trabalhadores? Ou será que anda com gente vil, imersa numa política virulenta alicerçada no clientelismo e no favorecimento, com um monte de capachos pendurados em cargos comissionados do poder público e cercado de pilantras autoritários e fichas suja – desprezados até por antigos aliados? No último caso, assessores e apoiadores, para defender seu quinhão no espólio do dinheiro público, utilizarão todo tipo de argumento para desqualificar aqueles que representam o novo: farão uso de um discurso carregado de argumentos xenofóbicos, de falso trabalho e de uma fictícia identidade com o povo. Indolentes, não gostam de ser questionados e costumeiramente atribuem às administrações anteriores a responsabilidade pelas falhas mais embaraçosas de seu governo, sendo incapazes de assumir os próprios equívocos. Esta estirpe de político lhe representa com dignidade? Certamente não. É preciso mudar.

Em horário político, todo mundo diz que trabalha. Podemos acreditar nisso. Todos querem uma oportunidade para trabalhar. Não falta projeto a ser exposto, o que é bastante saudável. Há quem trabalhe e se vanglorie muito disso. Trabalha e muito. Mas não explica para o eleitor que trabalha para si próprio. Um cargo eletivo é uma baita oportunidade de servir. Entretanto, pode ser também uma baita oportunidade para ver seus bens multiplicados em quatro anos. E sem declarar nadinha para a justiça. Nem um fusquinha sequer. Será que um cidadão desses anda a pé (ou de bicicleta)? Com receio do fisco, um estratagema típico é colocar todos os bens em nome de parentes ou terceiros. O poder vicia. E dá para entender por quê. Estes sim são grandes oportunistas. E nem precisam ter um discurso bonito. Acreditam nas velhas formas de fazer política e seguem achando que o dinheiro compra tudo: probidade, honradez, um lugar no céu ao lado de Deus e a consciência de qualquer um de nós.

Conhecemos o verdadeiro caráter de um homem quando lhe delegamos algum poder. Conforme um líder trata seu povo, conhecemos suas propensões e pretensões políticas. Ao escolhermos um representante, devemos nos perguntar como gostaríamos de ser tratados. Você está sendo bem tratado nos últimos anos? Antes de votar, reflita com a sua consciência:

- Você está sendo atendido com rapidez no posto de saúde? Não está faltando medicamentos de uso contínuo? Tem todos os especialistas que precisamos? Nossos profissionais da saúde têm boas condições para exercer seu ofício? Ou cabe a tais questionamentos apenas desculpas esfarrapadas de que o atendimento tem tanta qualidade que recebemos até usuários de outros lugares?

- Como estamos de transporte? Você se sente motivado a pegar sua bicicleta para lazer e trabalho? Os ônibus lhe atendem com a rapidez e qualidade? Ou já teve a terrível experiência de perder mais de meia hora (em dia chuvoso) numa parada mal conservada, aguardando um ônibus velho e desconfortável?

- E as contas do município? Estão bem acessíveis para todos os munícipes ou se encontram convenientemente bem escondidas dos olhos do povo?

- Seu IPTU e impostos municipais estão sendo bem aplicados? Ou você tem a nítida impressão de estar sendo roubado, com uma cidade sem jardins, poucas praças e ruas mal conservadas?  Quando você anda pelas ruas, estas possuem acostamento, calçada, iluminação e lixeiras? Ou sua rua recebeu uma pavimentação meia boca com anti-pó a poucos meses das eleições, já mostrando alguns buracos e evidenciando a péssima qualidade de um trabalho porco?

- Quando precisou de atendimento em algum órgão público, foi bem atendido por um profissional devidamente capacitado? Ou você foi mal atendido e destratado por um funcionário não concursado, incompetente e totalmente inapto para a função que exerce?

- E o meio ambiente? Nossas lagoas, banhados e praias estão devidamente preservados? Ou assistimos dia após dia o aterro dos nossos banhados, a poluição de nossas lagoas e tratamento desumano dispensado aos animais de rua? Nossos políticos se preocuparam em proteger as belezas naturais da nossa cidade ou se ocuparam em revisar o plano diretor, defendendo abertamente projetos nocivos para um futuro ambiental sustentável do nosso município? O saneamento básico saiu do papel ou vai servir para eleger outra eminente figura para os próximos quatro anos?

Pense em todas estas perguntas e outras tantas. Caso não esteja contente, proteste nas urnas. Votar é um ato de cidadania. Votar certo é um ato que pode melhorar a sua vida, a dos seus semelhantes e, transformar o futuro da cidade.