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MAQUIANDO OS NÚMEROS DA EDUCAÇÃO



O texto abaixo é de autoria do professor Maurício da Silva e, é bastante esclarecedor para se entender como é calculado o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). São exatamente “melhorias” neste índice que centenas de governos Brasil afora gostam de propagandear como avanços notáveis na educação. Leia e tire suas próprias conclusões. Fonte: http://www.notisul.com.br/n/opiniao/ideb_real_ou_inflado-37493

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Ideb: real ou inflado?

Melhoria no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não significa, necessariamente, melhoria na aprendizagem, como explica a “nota técnica” do Ministério da Educação. Medidas adotadas por alguns governos inflaram artificialmente os resultados. Como o Ideb é resultado do produto entre o desempenho e o rendimento escolar (ou o inverso do tempo médio de conclusão de uma série), então ele pode ser interpretado da seguinte maneira: para a escola A, cuja média padronizada da Prova Brasil é 5,0 e o tempo médio de conclusão de cada série é de dois anos, a rede/escola terá o Ideb igual a 5,0 multiplicado por ½, ou seja, Ideb=2,5.

Já uma escola B, com média padronizada da prova Brasil igual a 5,0 e tempo médio para conclusão de um ano, terá Ideb=5,0. Assim, quanto maior a reprovação dos alunos, menor o índice do Ideb. E o que fizeram muitos governos estaduais e municipais? Simplesmente extinguiram as reprovações em muitas séries e criaram facilidades para que os alunos aprovem nas outras, mesmo quando não aprendem o previsto para o período.

Santa Catarina, por meio da Portaria N/20/24/05/2010, não permite que alunos da rede estadual reprovem nas 1ª, 2ª e 4ª séries do ensino fundamental. Com os ajustes na implementação da lei dos nove anos, praticamente não houve reprovação no ano passado. Nas séries em que a reprovação é possível, adotou-se uma fórmula (MB x 1,7 + NF x 1,3 = 14) que diminui as exigências para os alunos que têm  menor média anual passarem de ano. Assim, se o aluno tem média anual igual a 3, por exemplo, pela fórmula anterior precisaria obter nota igual a 9,7 na prova final para ser aprovado. Pela nova fórmula, basta 6,8. Uma diminuição substancial de 2,9 pontos. Estas medidas inflam artificialmente as aprovações e, consequentemente, o Ideb.  

Compreende-se “os prejuízos que a reprovação pode causar” (Resolução N/7/14/2010/CNE), como também se compreende que não há avanço promovendo quem não sabe, mas implementado os meios para que de fato aprendam, como previsto - mas não cumprido - na resolução acima citada: investimento intelectual e financeiro no professor, e dele cobrar resultado; ampliar e qualificar o tempo de permanência dos alunos na escola; sustentar a educação nos quatro pilares recomendados pela Unesco; e atrair a participação dos pais para a escola, entre outros pontos fundamentais.

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OBSERVAÇÃO: Não somente na rede estadual, mas também na rede municipal de ensino NÃO EXISTE MAIS REPROVAÇÃO EM MUITAS DAS SÉRIES do ensino fundamental. Será que este “pequeno” detalhe não explica alguns dos números “maravilhosos” que são apresentados para a população?

Comentários

  1. Caro colega, acho que não entende NADA DE EDUCAÇÃO e fica falando do que não sabe. Lamento informá-lo mas está equivocado quando refere-se que NÃO HÁ MAIS REPROVAÇÃO INCLUSIVE NO MUNICÍCIO DE GAROPABA COMO SE ESTE OU OUTROS MUNICÍPIOS PUDESSEM CRIAR SUAS PRÓPRIAS LEIS. A lei do Ensino de nove anos é FEDERAL portanto e o município apenas a segue. A própósito, só se segue a legislação porque se tem hoje a frente da Secretraia M de Educação pessoas competentes e que conhecem as leis, para que não se faça absurdos cometidos anteriormente em outras gestões e acreditar ou não no que tá posto depende exclusivamente de cada um.

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  2. Cara colega, a senhora é que parece entender pouco de educação (ou ocupa algum cargo comissionado relacionado a esta área). O aumento do IDEB baseado na aprovação automática é inegável. Por falar em legislação federal, a prefeitura poderia acatá-la dando oportunidade a comunidade escolar de escolher por eleição direta os diretores de suas escolas. Isto sim melhoraria a educação e está previsto na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). O mesmo poderia ser aplicado em relação as escolas estaduais. Assim sendo, a prefeitura poderia gerenciar com maior transparência e participação as unidades de ensino e ao mesmo tempo se afastar do ranso tirano de uma ditadura (que parece agradar a uma minoria expressiva). Em pleno século XXI não dá mais para admitir a escolha de diretores por padrinhos políticos. Este cargo não deveria ser comissionado. Em relação a aprovação automática, enquanto alguns municípios do Brasil, como o Rio de Janeiro, procuram se afastar desta prática. em Garopaba a história é bem outra. Mas se você ainda insiste em crer que na "Garopaba da aprovação automática" a educação vai muito bem, depende da senhora acreditar no que está posto (já te parafraseando). Se o ensino fosse tão bom, por que a carga horária da disciplina de Inglês foi reduzida no município? Por que até agora a disciplina de espanhol não foi implementada na rede municipal?
    Quem quiser acreditar em números, que acredite. E quem quiser defender seu carguinho comissionado, que o faça. Mas a realidade está nas ruas, posta para todos. O resto é demagogia e justificativa. Neusa dos Santos

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